Considerado a mais antiga forma de representação geográfica, o mapa já era um registro comum na Grécia antiga e no Império Romano, onde determinava quais eram as áreas dominadas e quais eram os territórios inimigos. Aos poucos, o instrumento também se tornou essencial para a expansão das nações europeias, ajudando a definir trajetos para as navegações marítimas e as suas consequentes trocas comerciais, por exemplo. Dessa dinâmica, nasceram os cartógrafos, profissionais que registravam as terras, os mares e, principalmente, as rotas dos viajantes.
A partir daí, a cartografia tornou-se responsável por elaborar os mapas e se transformou em uma técnica de representação aproximada da realidade, planificando o globo terrestre para facilitar o deslocamento por terra, pelo mar ou pelos ares. Nos desenhos, porém, era possível perceber os diferentes traços de cada cartógrafo e a maneira como eles eram influenciados pelos aspectos políticos e econômicos de cada país. Vamos conhecer mais?
O que são as projeções cartográficas?
Em um primeiro momento, imagine uma esfera tridimensional. Agora, recorte-a mentalmente e veja como ela ficaria se tivesse um aspecto plano. Percebe como é difícil representar um formato esférico em uma forma geométrica completamente plana?
Esse é o maior desafio dos cartógrafos. Para representar a Terra em um mapa, deve-se “achatá-la”. Nesse processo, são utilizados diferentes cálculos matemáticos e de proporções, mas devido à dificuldade de planificar uma figura tridimensional, as representações costumam apresentar distorções.
Portanto, é seguro afirmar que os mapas não apresentam todas as estruturas geográficas de maneira fiel; afinal, não há uma projeção cartográfica sem distorções, mas sim com representações mais ou menos aproximadas da realidade.
Tipos de projeções cartográficas
De acordo com o tipo de projeção escolhida pelo cartógrafo, diferentes regiões do globo terrestre sofrem deformações. Como é impossível evitá-las, essa característica é utilizada como uma forma de categorização das projeções cartográficas. Acompanhe:
Projeções equidistantes - As distâncias representadas estão corretas;
Projeções conformes - Há igualdade nos ângulos e nas formas dos continentes;
Projeções equivalentes - As distâncias e a proporção entre as áreas estão corretamente definidas.
Ao todo, são mais de duzentos tipos de projeções cartográficas, mas três delas são muito conhecidas e utilizadas em nosso dia a dia. Confira.
Projeção cilíndrica
Primeiro, imagine uma forma cilíndrica tridimensional envolvendo o globo terrestre. Agora, projete como essa figura seria disposta ao ser “aberta” em um plano. Percebe como a região central sofre menos distorções? Por outro lado, as altas latitudes - próximas aos círculos polares - tendem a ter sua superfície distorcida. Nesse caso, os paralelos e meridianos traçados ao redor da Terra serão representados por linhas retas que convergem entre si. Essa projeção nos mostra o mapa mundi como nós mais o conhecemos.
Projeção cônica
A projeção cônica envolve o globo terrestre com a forma de um cone. Assim, é amplamente utilizada para representar regiões continentais em latitudes médias, já que só as áreas próximas ao equador sofrem menos distorções. Nessa situação, os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos convergem para os polos em linhas retas.
Projeção plana
A projeção plana é originada a partir de um plano tangente à esfera terrestre, como um “corte” em sua superfície. Já que essa proposta permite visualizar o mapa a partir de um ponto de vista específico, ele tende a deformar as áreas que estão mais distantes e pode não mostrar todas as áreas do globo terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são retos, irradiando-se para os polos. Essa projeção também é conhecida pela denominação “azimutal”.
Ainda, entre as projeções, existem aquelas que foram estudadas e repensadas por grandes geógrafos ao longo da história. Veja:
Projeção de Mercator
Uma das projeções cartográficas mais utilizadas ainda é a de Mercator. Criada pelo cartógrafo, geógrafo e matemático Gerhard Mercator (1512-1592), em 1569, ela foi largamente aplicada para traçar rotas marítimas e aeroespaciais. Essa projeção é classificada como cilíndrica. Apesar de conservar os ângulos e os formatos dos continentes, todas as áreas dos países representados são deformadas, sobretudo daqueles que estão mais próximos dos pólos. Dessa forma, essa representação é precisa apenas quanto às distâncias e é eficiente para medi-las. A projeção de Mercator é conhecida por seu enfoque nas terras européias, sendo considerada uma representação eurocêntrica.
Projeção de Peters
Assim como a projeção de Mercator, a projeção criada pelo escocês James Gall (1808-1895) também é cilíndrica. Nesse caso, a proporção entre as áreas são conservadas, mas os ângulos e formatos dos continentes foram severamente alterados. Como resultado, são os países mais ao sul do globo que ganham destaque. Assim, essa projeção é conhecida por dar enfoque aos países do terceiro mundo, alongando o território latino-americano e o continente africano, que está no centro da projeção. O projeto de Gall foi retomado pelo historiador alemão Arno Peters (1916-2002) e, por isso, essa projeção cartográfica também recebe o nome de Gall-Peters.
Projeção de Robinson
O geógrafo e cartógrafo norte-americano Arthur H. Robinson (1915-2004) é o responsável pela projeção de Robinson, também classificada como uma projeção cilíndrica. Nesse caso, há uma alteração na área e nas formas dos continentes representados. Os meridianos são representados por linhas curvas, enquanto os paralelos são linhas retas. Essa é uma das projeções mais conhecidas, normalmente utilizada em mapas mundi.
Aprender sobre as projeções cartográficas é essencial para conhecer ainda mais as características que um mapa pode mostrar para você! Por isso, não deixe de estudá-las e lembrar-se das suas distorções para que você possa identificá-las corretamente.
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